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16 de junho de 2025

Por Chamyto

Se você está buscando formas de ajudar no desenvolvimento de uma criança, é bem provável que já tenha se deparado com a terapia ABA. Embora seja muito conhecido por sua aplicação no tratamento do autismo, esse método pode ser usado em diversos contextos do crescimento infantil.

Mas você sabe o que é terapia ABA e como ela funciona na prática? Antes de sair procurando uma clínica ou um profissional que trabalhe com a metodologia, é essencial conhecer um pouco mais essa abordagem terapêutica e saber quais critérios considerar para garantir um acompanhamento de qualidade para seu filho ou filha. Entenda mais a seguir!

Terapia ABA: significado e objetivo

A sigla ABA vem do inglês Applied Behavior Analysis, ou seja, Análise do Comportamento Aplicada. Apesar do nome técnico, o significado da terapia ABA é bem simples: é uma abordagem baseada na ciência do comportamento humano, que busca ensinar habilidades e reduzir comportamentos prejudiciais usando reforços positivos e estratégias específicas.

Ou seja, a terapia ABA ajuda a criança (e também adolescentes e adultos) a aprender de forma estruturada e positiva, com ações que incentivam comportamentos desejados e promovem mais autonomia no dia a dia. Tudo isso com base em evidências científicas e eficácia comprovada!

O que é terapia ABA no contexto do autismo?

A terapia ABA começou a se desenvolver nos anos 1960, a partir dos estudos de pesquisadores como B.F. Skinner, que estabeleceram os princípios da análise do comportamento. Mas foi só na década de 1980 que ela ganhou maior popularidade ao ser utilizada no tratamento do autismo — especialmente com os trabalhos do psicólogo Ivar Lovaas, que mostrou resultados promissores ao aplicar a abordagem em crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Desde então, diversos estudos comprovaram a eficácia da terapia ABA no desenvolvimento de crianças com autismo — especialmente quando iniciada precocemente e de forma intensiva. Por isso, inclusive, ela se tornou o padrão-ouro na intervenção terapêutica em pessoas com TEA em muitos países.

Nos casos de autismo, a terapia ABA é usada principalmente para:

  • Desenvolver a comunicação verbal e não verbal
  • Ensinar habilidades sociais e comportamentos positivos
  • Trabalhar a autonomia da criança no dia a dia (como higiene, alimentação, etc)
  • Reduzir comportamentos desafiadores, como agressividade ou crises frequentes

Vale destacar que tudo é feito de forma personalizada e com o envolvimento direto da família do paciente. Ou seja, o plano colocado em prática é sempre adaptado às necessidades de cada criança. 

Além disso, a terapia ABA pode ser aplicada em diferentes contextos: clínicas, escolas, em casa ou até em ambientes públicos, promovendo uma melhor adaptação da criança ao mundo ao seu redor. E mais: a participação da família é fundamental para o sucesso dessa abordagem — afinal, o que é aprendido nas sessões precisa ser reforçado em casa também.

Aqui, é importante esclarecer ainda que a terapia ABA não é uma “cura” para o autismo — até porque o autismo não é uma doença. O objetivo dessa abordagem é ajudar a criança a se desenvolver dentro de seu próprio potencial, respeitando suas individualidades, desafios e habilidades únicas.

Terapia ABA é só para autistas?

Não! Apesar de sua extensa relação com o autismo, a terapia ABA não é exclusiva para pessoas com TEA. Na verdade, ela pode ser aplicada em várias outras situações, como:

  • Transtornos do desenvolvimento (atraso de linguagem, TDAH, síndrome de Down, entre outros)
  • Reabilitação neurológica (em casos de AVC ou traumatismos que afetam o comportamento)
  • Educação e desempenho escolar (para o ensino de habilidades acadêmicas e melhora do comportamento em sala de aula)
  • Ambiente corporativo (algumas empresas utilizam princípios da terapia ABA para melhorar a produtividade e o bem-estar dos funcionários)
  • Mudança de hábitos (é possível aplicar a terapia ABA para parar de fumar, criar rotinas saudáveis ou atingir metas pessoais)

Como funciona a terapia ABA na prática?

Cada plano ABA é único, mas geralmente segue etapas bem definidas. Primeiro, há uma avaliação inicial para entender o que a criança já sabe e o que precisa aprender. Em seguida, é elaborado um plano individualizado com metas específicas definidas a partir da avaliação.

Em seguida, começam as sessões práticas e estruturadas com jogos, atividades e reforços positivos. Por fim, é feito um acompanhamento contínuo do paciente — os resultados são registrados e analisados o tempo todo.

Quais critérios os pais e cuidadores devem avaliar ao escolher a terapia ABA?

Agora que você já entendeu melhor o que é terapia ABA, seu significado e como ela funciona, é hora de saber o que considerar antes de iniciar o tratamento. Se você está buscando uma clínica ou profissional que trabalha com essa abordagem, fique de olho nos seguintes pontos:

1. Formação e qualificação dos profissionais: o ideal é que o plano de tratamento seja supervisionado por um profissional com formação específica em ABA (como analistas do comportamento certificados ou psicólogos com especialização na área).

2. Plano individualizado: fuja de abordagens “prontas”. A terapia ABA precisa ser adaptada às necessidades de cada criança. Um bom plano deve ser construído com base em avaliação detalhada e metas claras, realistas e mensuráveis.

3. Coleta e análise de dados: a terapia ABA é baseada em evidências. Por isso, os avanços (ou dificuldades) da criança devem ser monitorados com registros detalhados de cada sessão, para acompanhar a evolução do paciente com precisão.

4. Participação da família: a terapia que inclui os cuidadores nas estratégias do dia a dia tende a ter resultados mais duradouros. Então, pergunte se há orientação para os pais e se você poderá acompanhar algumas sessões.

5. Ambiente de atendimento: o local deve ser acolhedor, organizado e adaptado às necessidades da criança. Sessões em casa também podem ser indicadas, dependendo do caso.

6. Transparência e ética: profissionais e clínicas devem explicar de forma clara como será o tratamento, quais os custos e o tempo estimado de intervenção. Desconfie de promessas milagrosas ou resultados rápidos.

A terapia ABA é uma ferramenta poderosa que vai muito além do tratamento do autismo — embora seja nessa área que ela tenha mais destaque. Se você está começando essa jornada agora, lembre-se: informação é sua grande aliada! Pesquise, pergunte, compare e confie no seu instinto como cuidador(a).